A origem das aves nocturnas

Para descobrir a origem de qualquer classe é necessário recorrer ao registo fóssil. Através de vários estudos, concluiu-se que as aves resultaram da evolução de espécies que inicialmente colonizaram o meio terrestre, nomeadamente um réptil.
Têm sido descobertos vestígios de aves nocturnas de diferentes espécies em todo o mundo, o que permite reconstituir o seu passado e origem.
Os registos fósseis indicam-nos que a primeira ave nocturna foi Ogygoptynx wetmorei, que viveu na América do Norte, no Paleolítico médio (há 60 milhões de anos).
Segundo Walker (1973) as famílias de aves nocturnas existentes actualmente surgiram a partir da evolução de outras espécies durante a segunda metade do Mesozóico (135-70 milhões de anos). Datados do Cretácio Superior foram encontrados na Roménia fósseis com características de Estrigiformes, sendo o ser antigo mais semelhante ao bufo.
Está cientificamente provado que, há 70-50 milhões de anos o clima da Terra era bastante diferente. Na zona do Árctico o clima era temperado e em algumas zonas da Europa, nomeadamente o sul de Inglaterra e algumas partes de França eram caracterizadas por bosques tropicais permitindo a existência de uma grande quantidade de aves nocturnas, estrigiformes. Os fosseis das patas encontradas uma ave muito semelhante ao actual bufo real, em dimensões e características.
Após terem sido estabelecidas as principais características das aves, as suas funções e formas foram-se diversificando. A classe das aves observada actualmente é o resultado de milhões de anos de evolução, desde a adaptação à radiação, à sua dispersão e extinção de algumas espécies.
Verifica-se que o seu papel nos ecossistemas tem variado de acordo, sobretudo às alterações no clima e ao movimento dos continentes.